Porque cuidar das Crianças na Web2.0/Era da Folksonomia

A Web significou um grande avanço para a humanidade. Não poderíamos imaginar nossas vidas hoje sem a Internet e o nosso tão prestativo Google. Contudo, sabem aquela preocupação que levou nossos pais a cuidarem de nós, ensinando comportamentos adequados, orientando-nos a determinados cuidados fora de casa, dando limites de horário das brincadeiras na rua de casa, na praça do bairro ou mesmo nos espaços livres como clube ou praia? Tudo isso, agora, deve servir de base e grande motivação para o cuidado com nossas crianças na sua relação com a Web 2.0, a Era da Folksonomia.

Explicando…

Web 2.0 foi o termo escolhido, há pouco mais de 10 anos, para nomear a 2ª geração de serviços web, com aplicativos de blogs, redes sociais e tantas outras formas de agrupamentos, usando a TI.
Com o intuito de melhorar a interação entre internautas e a web, a tecnologia lança mão de todo tipo de motivação, em diversas linguagens. A essa nova organização de recursos digitais, que possibilita a participação dos usuários na organização e compartilhamento de conteúdos, chama-se Folksonomia (termo cunhado por Thomas Vander Wal, referindo-se à indexação de informações, pela própria comunidade que as utilizará). A forma mais comum que conhecemos disso é a # (hashtag) antes de uma palavra, o que ajuda a marcar e classificar um assunto, o que facilitará a busca.

Bom…

Retomando o nosso tema, a questão é que nossas crianças, ao entrarem na Internet, não estão apenas indo brincar numa rua, no bairro de casa. Elas estão indo, potencialmente, brincar em qualquer rua de qualquer bairro, em qualquer lugar do mundo real, só que no mundo virtual, onde todo tipo de gente interage, gente legal e gente nem tão legal assim. Gente que pode abordar, intencionalmente, qualquer criança desavisada.

Assim como no nosso tempo, em alguma rua da cidade, tinha um “homem malvado” (provavelmente um maltrapilho, que estava mais para mendigo, do que para um contraventor), que pegava as criancinhas, e com quem não deveríamos conversar, hoje existem inúmeras pessoas que podem ser contraventoras, de fato, das mais variadas formas.

Nós adultos sabemos que, se essas pessoas existem no mundo virtual, claro, existem no mundo real também. Mas como saber onde está o mal, virtualmente?
O melhor caminho é conhecer os perigos do mundo virtual para nossos pequenos internautas, e orientá-los em seus hábitos e atitudes digitais, do mesmo modo que é preciso fazer em sua educação no mundo real.

Então, vamos conhecer alguns dos riscos mais comuns, do ponto de vista educacional:

1º. – Vício em Internet – já são inúmeros os transtornos psíquicos conhecidos, causados pelo uso excessivo de internet, desde compulsão, que gera irritabilidade e agressividade, até depressão. Para entendermos melhor porque isso pode acontecer: nas crianças, as funções executivas, como planejar, tomar decisões e controlar impulsos, ainda não estão formadas e sedimentadas. Isso significa que elas ficam mais suscetíveis às influências externas, sejam essas de amiguinhos inocentes que as levam a jogar mais ou buscar mais o Mr. Google, ou de textos, imagens, vídeos que revelam “novidades interessantes”, que muitas vezes elas não têm condição de “digerir emocionalmente”, mas que, de algum modo, elas sabem que os pais não as deixariam ver…então, fica ainda mais interessante!

2º. – Acessibilidade – esse termo descreve situações em que uma criança é usada para dar informações sobre as pessoas da família e a rotina da casa, expondo todos a vários riscos.

3º. – Conteúdos Inadequados – que incitam a agressividade, como em jogos de luta e guerra, e a sexualidade precoce, em vídeos e acessos pornográficos.

4º. – Cyberbullying – o mesmo bullying que ocorre no mundo real e todo tipo de discriminação, que pode ter sua intensidade aumentada quando a criança revela seu interesse pelo tema e a rede, artificialmente inteligente, vai oferecendo mais conteúdos na mesma temática, promovendo a intolerância ao novo ou diferente.

5º. – Aliciamento – é a aproximação de adultos em conversas, com o intuito de convencer a criança à exposição física, que gradativamente pode levar ao Sexting, prática de trocar fotos de nudez com outros, hoje comum entre adolescentes.

E ficam aqui algumas dicas:

1 – Comece selecionando e assistindo aos programas infantis da TV, Youtube, Netflix, etc. E saiba que eles, potencialmente, virarão joguinhos.

2 – Saiba quais são os joguinhos do momento, jogue e julgue (criticamente) por si mesmo. Conheça que tipo de conteúdo virtual é “IN” e assista aos vídeos antes de permitir o acesso do seu filho.

3Confira na Escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental que tipo de vídeos e material virtual apresentam para as crianças e por quanto tempo elas ficam expostas à TV e PC.

4 Se não tiver tempo para checar o que seu filho pequeno faz com um notebook, tablet ou celular, melhor não dar a ele na sua ausência.

5Coloque limite de tempo, e organização para a utilização dos diversos aparelhos que pretende disponibilizar para seu filho.

Espero, de verdade, que esse texto ajude você a fazer algumas reflexões sobre benefícios e perigos da Web na vida das crianças. E caso tenham outras dúvidas, deixem seu registro aqui no Blog, e responderei rapidinho!

Abraço carinhoso,

Claudia Luize Klöckner.

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