Distúrbios, Transtornos, Dificuldades… Mas do que estão falando?

Num período de rápidas evoluções de estudos que se ocupam das anormalidades no desenvolvimento da criança e do adolescente (sejam essas anormalidades patológicas ou apenas dificuldades), onde pesquisadores procuram distinguir patologias genéticas e neurológicas das patologias psicossociais, parece importante estar por dentro de cada descoberta.

Nesse sentido, venho acompanhando pesquisas e como resultado, as nomeações das patologias (e das suas primas: as dificuldades), para o uso mais adequado desses verbetes.

.Nomenclaturas como “Distúrbio de Processamento Auditivo” ou “Transtorno Alimentar” foram determinadas por aqueles que fizeram suas pesquisas, a partir da compreensão das prováveis origens, causas, variáveis dessas ocorrências.

Médicos Neurologistas e Psiquiatras, Psicólogos, Fonoaudiólogos, Terapeutas Ocupacionais, Psicopedagogos utilizam essas nomenclaturas. E preciso dizer que, tenho visto algumas confusões entre nós, no Brasil, comparando com Estados Unidos e Alemanha.

Venho notando que esses conceitos (traduzidos) têm sido mal utilizados, meio “tudo junto e misturado” como a gente costuma brincar. Mas aqui, seria legal a gente falar desse tema a sério, para não pensar em coisa errada e nem sair por aí falando bobagem, né?

Vamos ver então o significado desses termos, em si mesmos, e o que significam no contexto que nos diz respeito: Saúde e Educação.

 

Vamos começar com…

 Distúrbio – do latim disturbium, tem como significado geral: perturbação, desordem, alteração, mudança na normalidade de algo. Na Saúde, é a perturbação numa função física ou psíquica, que pode manifestar-se ao nível de um aparelho, órgão ou tecido.

Estou raciocinando com você, usando nosso conteúdo de sinônimos acima: se distúrbio é uma alteração na normalidade funcional, então é uma anormalidade funcional de algo.

Assim, podemos entender que DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM é uma perturbação, desordem, anormalidade na forma como se aprende.

Se falarmos de DISTÚRBIO DE COMPORTAMENTO, podemos dizer que é alteração, perturbação, desordem no comportamento.

 

Concorda?

Vamos continuar? Eu estou gostando disso!

 

Transtorno – perturbação, confusão, desordem.

Transtornado – que está atrapalhado, atordoado, confuso, desorganizado, contrariado, perturbado mentalmente, com juízo turvo.

Parece que temos sinônimos aqui: distúrbio e transtorno significam perturbação, desordem, alteração.

Só para confirmar, Transtorno em inglês é Disorder, com significado de desordem mesmo, de interrupção na ordem natural, na estrutura ou na função regular de algo no indivíduo, podendo ser de ordem genética, biológica, mental, emocional.

Em inglês, os termos que definem transtorno (disorder) e distúrbio (disturb) são sinônimos.

Em alemão usa-se uma única palavra, Störung, para designar o que aqui chamamos tanto de Distúrbio quando de Transtorno.

Legal!

Acho que estamos chegando a uma conclusão lógica de que Distúrbio e Transtorno são termos sinônimos, que possivelmente são escolhidos aleatoriamente, ou mesmo por uma combinação sonora de palavras para a sua tradução, sim porque na grande maioria das vezes, nós recebemos, aqui no Brasil, os títulos prontos das doenças, deficiências, distúrbios, que foram pesquisadas no exterior. Vou dar um exemplo:

Distúrbio de Processamento Auditivo e Transtorno de Processamento de Linguagem.

Poderiam ter utilizado os dois verbetes ao contrário e em nada alterariam a características do Distúrbio / Transtorno.

 

OK! Desmistificamos e compreendemos o que são Distúrbios e Transtornos.

 

No que diz respeito à saúde mental, para a Psicopedagogia, Psicologia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional, Fisioterapia, distúrbios ou transtornos se apresentam como alterações na normalidade de um processo de aquisição, seja esse de aprendizagem, seja de comportamento.

 

Agora… O que gerou esse Distúrbio ou Transtorno?

Pode ser uma anormalidade patológica, neurológica, psicológica, ou algo externo à criança, como fatores psicossociais. Quem pode fazer esse diagnóstico é o médico, neurologista ou psiquiatra.

A partir desse diagnóstico médico é que os outros profissionais das áreas correlatas poderão fazer suas avaliações específicas e indicar as terapias necessárias para a melhora do paciente.

 

Se ficou claro para o médico que o pequeno paciente não sofre de transtorno ou síndrome, o caso passa a ser de uma dificuldade de aprendizagem ou de comportamento.

 

Só para não perdemos a mão, no entendimento das palavras:

Dificuldade – do latim difficultatis – caráter do que é difícil ou complicado; aspecto de dificuldade de algo; obstáculo a ser superado.

Se a criança não tem um transtorno ou distúrbio específico, de ordem fisiológica, ela tem uma dificuldade, com origem numa hereditariedade (já escutei muitos pais dizendo, e com certo orgulho: eu era igualzinho a ele quando pequeno!) ou num determinado processo sócio afetivo que a afetou.

As Dificuldades de Aprendizagem e de Comportamento costumam surgir nos primeiros anos de escolaridade da criança. No entanto, muitas vezes, podem ser percebidas em casa.

Os pais são os melhores observadores do desenvolvimento do seu filho, sendo capazes de reconhecer potenciais problemas no início.

Reconhecendo a dificuldade de aprendizagem, busque informações com profissionais competentes, já que as características e gravidade variam de criança para criança.

Com um encaminhamento e tratamento inciado, os pais podem ajudar a criança na superação de suas dificuldades de aprendizagem, incentivando os seus pontos fortes, reconhecendo suas fraquezas, compreendendo o sistema educacional, colaborando com a atividade dos profissionais envolvidos e todos aprenderão novas estratégias para lidar com as dificuldades específicas.

Tudo parece mais simples agora, ou não?

 

Ficou com alguma dúvida, ou quer saber mais? Escreva para mim!

Sou Claudia Klöckner, sua Coach Parental.

 

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