O Valor do Acolhimento Emocional no Retorno às Aulas Presenciais

A volta às aulas presenciais vem sendo uma espera geradora de bastante ansiedade para todos os envolvidos:

Escola – como instituição educacional e como empresa em risco de falência.

Professores – como educadores, como profissionais da instituição e como indivíduos.

Pais – como tutores dos filhos/alunos, como clientes da instituição, e também como indivíduos.

Crianças e Jovens – como alunos e como indivíduos em desenvolvimento.

Cada um, no entanto, por estar num papel e/ou função diferente dentro desse processo, tem sua própria motivação para essa ansiedade, que, aliás, vale mencionar: se comedida, pode ser utilizada construtivamente, não precisando ser julgada como algo ruim!

…E é disso que podemos falar um pouco!

A ansiedade da instituição escolar

Como central agregadora de pessoas voltadas a um mesmo fim, a educação formal,  a escola vem passando por um ano letivo de “saia justa”: de um lado está a responsabilidade de atender ao seu público, mantendo o seu compromisso de proporcionar um projeto pedagógico conforme apresentado e acordado no início do ano letivo de 2020 e não permitir que ocorra a evasão escolar. De outro lado está a equipe pedagógica, precisando de apoio e de orientação para manter esse projeto pedagógico em andamento e de cuidados para se manterem sãos, física e emocionalmente.

Dentro dessa responsabilidade, em virtude da pandemia, inseriu-se  a necessidade de escutar e compilar preocupações e temores, opiniões diferentes e tantas vezes divergentes, unindo aquilo que vem do olhar e da vivencia das famílias, com o que tem vindo da vivência dos educadores nesse árduo trabalho de estruturar aulas remotas, filtrar tudo isso e assumir uma posição em relação a todas as questões que envolvem a escola como instituição.

A PREOCUPAÇÃO É: COMO ESTRUTURAR O RETORNO ÀS AULAS PRESENCIAIS DE FORMA RESPONSÁVEL E GARANTIDA PARA A SAÚDE E O BEM ESTAR DE TODOS OS ENVOLVIDOS?

 

A ansiedade dos professores

Se as escolas estão num “ano de saia justa”, esse valente grupo de profissionais foi pego nesse “ano de calça curta”. Nunca se trabalhou tanto para entregar aulas com bons conteúdos, sem saber se a forma como chegaria aos alunos, mediada por outras pessoas, seria adequada.

AS PREOCUPAÇÕES PRIMEIRAS SÃO: COMO GARANTIR O DISTANCIAMENTO ENTRE ALUNOS E GARANTIR SUA SEGURANÇA DA NÃO CONTAMINAÇÃO E DAS FAMÍLIAS? COMO SE DIVIDIR E DIVIDIR CONTEÚDOS ENTRE AULAS PRESENCIAIS E AULAS REMOTAS: COMO FAZER BEM FEITO? E O QUE, DE CADA CONTEÚDO, VAI EM CADA TIPO DE AULA?

(Venho acompanhando a grande evolução pela qual passaram e ainda estão passando professores, orientadores pedagógicos e coordenadores, diante do desafio das aulas online, e preciso dizer que todos, sem exceção, estão de parabéns, pois cada um vem superando suas limitações e obstáculos dia-a-dia!)

A ansiedade dos pais e familiares

Que metáfora usar para esse grupo de pessoas? Se a escola está de saia justa, os professores de calças curtas, os pais e familiares estão “perdidos nos espaço!”

Quem não perdeu emprego, perdeu meio período de trabalho e meio salário. Quem segue trabalhando, está em casa, em home office, tentando garantir que seus filhos assistam às aulas online, buscando no seu passado escolar uma forma de auxiliar as crianças em conteúdos novos, sentindo-se sobrecarregados, vendo seus filhos sentirem falta da rotina e do espaço escolar, que é a base da vida social de crianças e dos jovens,  sem esportes e sem laser, se ligando mais e mais nas telinhas (nada contra telas e suas tecnologias, na medida certa), se fechando no quarto, ou colocando toda energia kids ou teen para fora de modo pouco adequado.

A GRANDE PREOCUPAÇÃO É: DEVO MANDAR MEU FILHO PARA ESCOLA, SEM VACINA, COLOCAR A TODOS EM RISCO?

De verdade, não temos a resposta a essa questões,

mas poder refletir sobre o tema, saber que não estamos sozinhos, que temos com quem compartilhar conflitos e com quem partilhar responsabilidades, pode ser de grande alento.

Agora…

A ansiedade das criança e dos jovens

Acho que esse é um dos pontos mais delicados que podemos abordar aqui, visto que estamos, aqui entre nós, falando entre adultos, supostamente maduros, e ainda assim com dúvidas e inseguranças.

O que podemos imaginar  que estão pensando e sentindo as crianças em relação a essa tema – volta à escola presencial?

Eu arriscaria dizer que, de modo geral estão animados com a hipótese de retornarem ao espaço que não significa apenas tarefas e obrigações, como também amizades e comunidade. Resgatar o “estar junto” e “fazer parte” é muito, muito importante para a criança e para o jovem.

Contudo, o modo como nós, adultos, no papel de pais, nas funções familiares lidarmos  e falarmos sobre o assunto, fará toda a diferença na atitude, mais ou menos segura, mais ou menos adequada, dos filhos!

 

Sobre o tema como um todo, Acolhimento e a Reestruturação Emocional no retorno às Aulas presenciais, o que eu posso sugerir aos pais:

  • Informem-se sobre as possibilidades que a escola de seu filho está levantando para essa nova fase da pandemia e reflitam sobre as possíveis consequências desse retorno.
  • Conversem com os professores e orientadores educacionais, façam perguntas, tirem suas dúvidas, deem sugestões, sintam como estão os educadores e troquem ideias. Isso pode ser muito enriquecedor para todas as partes!
  • Conversem com seus filhos, sejam crianças pequenas, maiores ou sejam jovens. Criem espaços de conversas individuas, e bate-papos em família, colocando fatos, esclarecendo riscos, preconizando as questões do distanciamento físico e da higiene, tirando dúvidas e alguns temores, promovendo o sentimento de união familiar, auxiliando para uma postura mais tranquila e segura das crianças e jovens.

 

Em verdade, sabe-se muito pouco ainda o que, exatamente, será orientado pelo  Ministério da Educação (MEC), o que será preconizado pelos Governos Estaduais e o que poderá ser definido por cada instituição escolar. Mas estando bem informados, tendo nossas crianças e jovens bem orientados, podemos fazer escolhas mais refletidas, mais responsáveis e portanto, melhores!

Por enquanto é isso…mas estou sempre aqui, para acolher sua dúvida, uma eventual insegurança, caso queira falar um pouco mais ou muito mais sobre esse e outros assuntos!

Claudia Klöckner –  Neuropsicopedagoga

Sua Coach Parental

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