Bebê e a Rotina: Dobradinha que dá certo!

Chegar com o bebê recém-nascido em casa pode ter muitos significados afetivos, familiares e sociais. Porém, independente de particularidades, essa conquista, esse presente, significará “muitas alegrias” e “uma vida totalmente nova”!

Quanto às alegrias, está fácil parabenizar e deixar por conta dos felizardos que curtam, já que a cada dia acontecerão tantas coisas gostosas e bonitinhas, que sensibilizarão os pais e os avós, transformando-os em grandes “babões”. Pelos próximos dois anos, serão muitas descobertas diárias, em intensidade e quantidade, para a mãe, para o pai e claro, para o bebê. Serão tantas coisinhas acontecendo todo o tempo, que mesmo querendo, não vai dar para registrar tudo. E tudo bem também: o registro interno, o significado que cada ocorrência terá para cada participante, será a forma mais importante e significativa de registro, que constituirá o resto de suas vidas.

Quanto à vida totalmente nova, é o que acredito que possamos trocar algumas palavras com um pouco mais tempo e atenção.

Quando falamos de uma vida nova, falamos de algo que podemos supor como será, mas ainda não conhecemos, porque não vivenciamos. E talvez seja preciso uma adaptação de todos para essa nova fase. (Nesse ponto do texto, você pode estar pensando que estou exagerando; que todo casal que espera um bebê sabe que a vida vai mudar quando esse chegar. E, sim, você tem razão: sei que você imagina e espera pelas mudanças que essa chegada vai provocar.) Nossa proposta aqui é preparar você melhor para essa chegada, ajudando-o a escrever seu pequeno manual de boas vindas ao seu bebê.

Então, vamos começar falando de quem será esse bebê.

Potencialmente, ele pode ser tudo o que conjecturamos por nove meses de espera, parecido aqui e ali com você ou com o outro. Mas o que sabemos mesmo é que todo bebê tem uma característica muito própria: ser centrado em si mesmo, em suas necessidades fisiológicas e em seu desejo de afeto e aconchego. Ele ainda não sabe o que será essa nova etapa da vida dele, agora fora do conforto do hotelzinho seis estrelas de colchão de veludo vermelho onde ele morou por tantos meses. Ele também ainda não sabe quem manda no jogo que vai jogar a partir de hoje.

Porém (e tem sempre um porém!) esse bebê é muito inteligente, esperto, e se desenvolve muito rapidamente e, de forma crescente e acelerada, vai dominando o seu corpo e compreendendo o que vai além dele: como as pessoas e as dinâmicas do mundo que o cerca. Logo, logo, em poucas semanas, ele vai sacar quem vai satisfazer o desejo dele: mamãe, a dona da infindável fonte de nutrição e amor.

Nessa fase inicia-se um processo natural, que nem ele e nem os pais, curtem muito: processo de sofrer frustrações. Porque isso? Por que ele está construindo a percepção de que ele não é mais, como era no ventre, o centro de tudo, especialmente da mãe. Por que ele vai notando que ela tem outras ocupações e não o satisfaz sempre e nem imediatamente, fato que poderá servir como o botão de “start” potencial de uma cantoria descontrolada, mas que principalmente será de grande importância para a boa formação da personalidade da criança:

“Frustrar-se na sua relação com a mãe, encorajará a criança a buscar novas fontes de interação e alternativas de convívio, o que resultará em novos relacionamentos e no estabelecimento de outros vínculos, como com o pai, normalmente no banco de reservas até esse período”.

Não está se falando de frustração deliberada com o bebê. E sim de uma condição de vida normal, em família, onde vão surgindo afazeres e eventualmente imprevistos.

 

Deu para entender que o jogo começou? Deu para perceber que alguém vai apitar esse jogo?

E que se você deixar que o seu “pequeno barítono” apite desde já, possivelmente nunca mais esse apito será seu!

 

Então, agora vamos falar de rotina.

De modo geral, enquanto bem pequeninos, até pelo relógio biológico, é mais fácil manter uma rotina e o bebê tem: hora de mamar, de arrotar, de tomar sol, hora do banho, de trocar de roupa, de ficar acordado, de interagir com a família, hora de colo, hora de berço, etc.

Essa rotina (baseada nas necessidades do bebê, adequada ás possibilidades da casa) rapidamente foi gerando nele a segurança que precisava sentir, já que foi percebendo que suas necessidades eram satisfeitas, com cuidados e carinho, mesmo que eventualmente ocorressem momentos de espera. Um pouco de choro ou dengo não será insalubre para o bebê que escuta sua mãe conversando pacientemente, dizendo algo que ele não entende em palavras, mas compreende nos sentimentos: que deve esperar um pouco, que já vai receber o que espera!

E foi através desta rotina, “estruturada pelos pais”, que o bebê foi percebendo alguns importantes limites, na verdade, bons para todos em casa, já que todo mundo se adequou aos horários e possibilidades cotidianos, tanto o bebê, quanto os pais, irmãos. Pode parecer um tanto chato, mas a previsibilidade que a rotina dá é responsável por baixar a ansiedade de todos, promovendo a tranquilidade do lar.

 

“A rotina é a melhor ferramenta para a transmissão da percepção da segurança e da confiabilidade, na criança”.

 

O que se pode perceber até aqui é que frustrações nada mais são do que pequenas amostragens de limites, que levarão a criança a compreender esse tipo de atitude como cuidado e bem querer.

Em contrapartida, podemos esperar que sem limites, a criança compreenda que não há um cuidador responsável pelo seu bem estar. Viver sem cuidados resultará no sentimento de abandono e de falta de amor, o que gerará insegurança.

Se o bebê é bem vindo e amado, ele precisa saber disso. E o melhor modo de compreender isso é sentindo-se cuidado e amado, sempre dentro dos limites e das possibilidades dos pais!

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